Um Outro Algarve

Esta época do ano, chateia-me um bocado. Isto das férias e não sei quê...
E o que mais me irrita é:
«-Então vais até aos Algarves, não?
-Não... Este ano vou ficar por aqui.
-Nessa pasmaceira? É pá, deixa de ser burro!»

Em primeiro lugar, é uma honra ser burro hoje em dia, uma vez que eles estão em extinção e os velhotes que os possuem sentem pena dos animais e já não lhes põem pesadas cargas ás costas. Resultado, mais tempo para dormir.

O Porquê de não ir para o Algarve é simples: acho extremamente chato 5 horas de carro, centenas de quilómetros percorridos só com o pretexto de ir para a praia.
Ok, a praia é bom e tal. O solzinho a bater-nos na tromba, descansar o costado na areia, é giro sim senhor. Mas não é nada por aí além!! Quero lá saber se a água é 5º mais quentinha ou se a areia é mais fina.
E ir com os pais, fazer-lhes companhia, engordar o espirito de família, partilhar as recentes experiências, conviver. Pois é, gosto muito, mas quando nos embebadamos á noite, quem é que nos tráz a casa sem levantar muitas ondas??
E até pode ficar perto, a casa dos locais de diversão nocturna, mas é um sítio em que passamos pouco tempo, há sempre a possibilidade de nos perdermos. O que fazer nessa situação? Obrigar as pernas andarem até vermos a placa da Rua cujo nome se parece com a da nossa ou sentar o rabo num passeio e esperar que o pai passe por ali de manhã quando estiver a ir para a praia?
Olhem que as calçadas são desconfortáveis para uma noite inteira...

É por estas e por outras que eu prefiro ficar por casa.
É uma pasmaceira? Seja! Mas eu gosto assim.